sábado, 16 de abril de 2016

Libertário

Todo homem nasce livre,
independente a sua classe ou a sua cor.
O instinto quase sempre sobrevive,
mesmo que as custas de muita dor.

Infelizmente se submetem
e abaixam as cabeças para o mundo.
Aceitam aquilo que os impedem
de ser livre por um segundo.

Eu quero é ser livre
e fazer o que eu quiser.
Meu espaço se restringe
até onde o seu vier.

Eu quero é ser livre
e falar o que eu pensar.
Meu vocábulo atinge
a sociedade que quer calar.

Não tenho grilhões na língua,
nem pedras no meu sapato.
Por mais que tente ou me atinja
não me escondo como um rato.

Se me bater em uma face
lhe apresentarei a outra.
Arranque agora o seu disfarce
e se dispa desta roupa.

Não sou libertador,
os libertadores não existem.
São os povos que agora
libertam a si mesmos.

Não vou mais ser
fantoche de vocês,
manipulado todo o dia
pelas suas leis

Não obedeço as suas regras
e nem a suas ordens,
nem toda esta merda
imposta pelo homens!





sexta-feira, 8 de março de 2013

Paradoxo perdido na floresta

É minha gente, pior que eu pesquisei e isto é verdade!!

Depois dos Sarney's da vida, Calheiros e outros canalhas corruptos, indiciados e culpados, terem assumido a presidência do senado, o paradoxo continua e parece não ter fim.
Após a recente divulgação do caso do pastor Marco Feliciano (racista e homofóbico) assumir a Comissão de Direitos Humanos, a próxima vitrine é o tal do Blairo Maggi - o Motoserra de Ouro - assumir a Comissão de Meio Ambiente!
Tá tudo errado e sempre esteve. Tá na hora de mudar isso meu polvo!
Muitas vezes tenho a impressão de que o que passa na cabeça desta raça nojenta e inescrupulosa, é a sensação de que eles sabem que vamos chiar um pouco, fazer um certo alvoroço e um pouco de barulho, mas que logo haverá outro escândalo e outro e outro e assim sucessivamente os excrementos resultados das ações dos senhores que comandam nossos destinos será abafado e cairá em profundo esquecimento.
Infelizmente isto acontece e muito. Sabemos que podemos mudar isto na urnas.
Mas mesmo que elejamos um ficha limpa, como diria o grande mestre Bakunin: "Se você pegar o mais ardente revolucionário, e investi-lo de poder absoluto, dentro de um ano ele seria pior que o próprio Kzar!"
O jeito é dar fim a todos e anarquizar!
Lincon Eduardo



Blairo Maggi, ganhador do prêmio ‘Motoserra de Ouro’ assume presidência da Comissão de Meio Ambiente no Senado




http://vista-se.com.br/redesocial/blairo-maggi-ganhador-do-premio-motoserra-de-ouro/

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Qual o sentido da vida?


O que será que faz sentido em nossas vidas? Quando paramos e nos damos conta de que os caminhos que seguimos é o caminho errado, e porque chegamos a esta conclusão...? Será que fazemos as perguntas certas? Será que fazemos as coisas e as escolhas certas? O que nos parece certo hoje amanhã talvez seja o oposto do que necessitamos? E as necessidades cabem à mente, ao corpo ou à insanidade do mundo pós-moderno?
Sinto-me um animal sentimental em meio a insanos devaneios da mente consumista e apocalíptica da nossa geração, eu não pertenço a minha geração ou fui vomitado aqui para fazer algo melhor, quem sabe...?
Estou perdido e confuso, sinto-me como o velho carvalho que vai ao chão e sei que quando isto acontece os macacos se dispersam e seguem sós, sem um guia. Quero guiar meus próximos à luz!
Eu brinco com o fogo, eu gosto da possibilidade de me queimar... Somos todos vermes modernos.
Certa vez, eu sonhei em ser presidente, queria isto com todas as minhas forças, queria poder mudar algo ou alguém, e só consigo mudar a mim mesmo, esta medíocre e redundante forma de seres antagônicos, sinto medo de não conseguir o que quero, mas ainda não sei o que quero, será que é tão difícil se entender, ou melhor, sair do casulo, todos parecem tão satisfeitos com o sucesso do desastre. Eu não.
Quero algo novo, uma nova razão que dê sentido ao q sinto. Deve haver algo, algum lugar em que as leis sejam outras, tem que haver.
Misturamos os sentidos, misturamos os povos e cada vez mais nós criamos bloqueios e barreiras, nos chocamos com o banal e vemos os elefantes brancos com o mais puro ar de ignorância. Será que vai ser assim sempre, será que não passo de um louco? E por que seria eu a refutar o sensato pelo eloquente, não cabe nada de sensatez na minha vida, muito menos de certo, desejo o duvidoso, o grito em meio à multidão.
Preciso de espaço, de tempo, de calor e frio, sentir os extremos, a chuva de insanidade e as corredeiras da loucura ecoando em meus ouvidos, sinto cheiro de sangue, gosto amargo me lembra de que a iniquidade de sentimentos não cicatriza uma ferida.
Sou a razão da minha existência, sou o senhor de mim, e queria ser o servo da luz, da liberdade e da esperança.
Não fique ajoelhado juntando os cacos, sempre ficarão marcas, vá lá e construa um novo vaso.

Alguns acreditam em deuses, eu acredito no homem. 

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Navio Negreiro - Castro Alves


  I
'Stamos em pleno mar... Doudo no espaço
Brinca o luar — dourada borboleta;
E as vagas após ele correm... cansam
Como turba de infantes inquieta. 
'Stamos em pleno mar... Do firmamento
Os astros saltam como espumas de ouro...
O mar em troca acende as ardentias,
— Constelações do líquido tesouro... 
'Stamos em pleno mar... Dois infinitos
Ali se estreitam num abraço insano,
Azuis, dourados, plácidos, sublimes...
Qual dos dous é o céu? qual o oceano?... 
'Stamos em pleno mar. . . Abrindo as velas
Ao quente arfar das virações marinhas,
Veleiro brigue corre à flor dos mares,
Como roçam na vaga as andorinhas... 
Donde vem? onde vai?  Das naus errantes
Quem sabe o rumo se é tão grande o espaço?
Neste saara os corcéis o pó levantam,
Galopam, voam, mas não deixam traço. 
Bem feliz quem ali pode nest'hora
Sentir deste painel a majestade!
Embaixo — o mar em cima — o firmamento...
E no mar e no céu — a imensidade! 
Oh! que doce harmonia traz-me a brisa!
Que música suave ao longe soa!
Meu Deus! como é sublime um canto ardente
Pelas vagas sem fim boiando à toa! 
Homens do mar! ó rudes marinheiros,
Tostados pelo sol dos quatro mundos!
Crianças que a procela acalentara
No berço destes pélagos profundos! 
Esperai! esperai! deixai que eu beba
Esta selvagem, livre poesia
Orquestra — é o mar, que ruge pela proa,
E o vento, que nas cordas assobia...
.......................................................... 
Por que foges assim, barco ligeiro?
Por que foges do pávido poeta?
Oh! quem me dera acompanhar-te a esteira
Que semelha no mar — doudo cometa! 
Albatroz!  Albatroz! águia do oceano,
Tu que dormes das nuvens entre as gazas,
Sacode as penas, Leviathan do espaço,
Albatroz!  Albatroz! dá-me estas asas.
 
II
    
Que importa do nauta o berço,
Donde é filho, qual seu lar?
Ama a cadência do verso
Que lhe ensina o velho mar!
Cantai! que a morte é divina!
Resvala o brigue à bolina
Como golfinho veloz.
Presa ao mastro da mezena
Saudosa bandeira acena
As vagas que deixa após. 
Do Espanhol as cantilenas
Requebradas de langor,
Lembram as moças morenas,
As andaluzas em flor!
Da Itália o filho indolente
Canta Veneza dormente,
— Terra de amor e traição,
Ou do golfo no regaço
Relembra os versos de Tasso,
Junto às lavas do vulcão! 
O Inglês — marinheiro frio,
Que ao nascer no mar se achou,
(Porque a Inglaterra é um navio,
Que Deus na Mancha ancorou),
Rijo entoa pátrias glórias,
Lembrando, orgulhoso, histórias
De Nelson e de Aboukir.. .
O Francês — predestinado —
Canta os louros do passado
E os loureiros do porvir! 
Os marinheiros Helenos,
Que a vaga jônia criou,
Belos piratas morenos
Do mar que Ulisses cortou,
Homens que Fídias talhara,
Vão cantando em noite clara
Versos que Homero gemeu ...
Nautas de todas as plagas,
Vós sabeis achar nas vagas
As melodias do céu! ...
 
III
   
Desce do espaço imenso, ó águia do oceano!
Desce mais ... inda mais... não pode olhar humano
Como o teu mergulhar no brigue voador!
Mas que vejo eu aí... Que quadro d'amarguras!
É canto funeral! ... Que tétricas figuras! ...
Que cena infame e vil... Meu Deus! Meu Deus! Que horror!
 
IV
    
Era um sonho dantesco... o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar... 
Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs! 
E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais ...
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais... 
Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri! 
No entanto o capitão manda a manobra,
E após fitando o céu que se desdobra,
Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!..." 
E ri-se a orquestra irônica, estridente. . .
E da ronda fantástica a serpente
          Faz doudas espirais...
Qual um sonho dantesco as sombras voam!...
Gritos, ais, maldições, preces ressoam!
          E ri-se Satanás!...
 
V
   
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus?!
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?...
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão! 
Quem são estes desgraçados
Que não encontram em vós
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fúria do algoz?
Quem são?   Se a estrela se cala,
Se a vaga à pressa resvala
Como um cúmplice fugaz,
Perante a noite confusa...
Dize-o tu, severa Musa,
Musa libérrima, audaz!... 
São os filhos do deserto,
Onde a terra esposa a luz.
Onde vive em campo aberto
A tribo dos homens nus...
São os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidão.
Ontem simples, fortes, bravos.
Hoje míseros escravos,
Sem luz, sem ar, sem razão. . . 
São mulheres desgraçadas,
Como Agar o foi também.
Que sedentas, alquebradas,
De longe... bem longe vêm...
Trazendo com tíbios passos,
Filhos e algemas nos braços,
N'alma — lágrimas e fel...
Como Agar sofrendo tanto,
Que nem o leite de pranto
Têm que dar para Ismael. 
Lá nas areias infindas,
Das palmeiras no país,
Nasceram crianças lindas,
Viveram moças gentis...
Passa um dia a caravana,
Quando a virgem na cabana
Cisma da noite nos véus ...
... Adeus, ó choça do monte,
... Adeus, palmeiras da fonte!...
... Adeus, amores... adeus!... 
Depois, o areal extenso...
Depois, o oceano de pó.
Depois no horizonte imenso
Desertos... desertos só...
E a fome, o cansaço, a sede...
Ai! quanto infeliz que cede,
E cai p'ra não mais s'erguer!...
Vaga um lugar na cadeia,
Mas o chacal sobre a areia
Acha um corpo que roer. 
Ontem a Serra Leoa,
A guerra, a caça ao leão,
O sono dormido à toa
Sob as tendas d'amplidão!
Hoje... o porão negro, fundo,
Infecto, apertado, imundo,
Tendo a peste por jaguar...
E o sono sempre cortado
Pelo arranco de um finado,
E o baque de um corpo ao mar... 
Ontem plena liberdade,
A vontade por poder...
Hoje... cúm'lo de maldade,
Nem são livres p'ra morrer. .
Prende-os a mesma corrente
— Férrea, lúgubre serpente —
Nas roscas da escravidão.
E assim zombando da morte,
Dança a lúgubre coorte
Ao som do açoute... Irrisão!... 
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus,
Se eu deliro... ou se é verdade
Tanto horror perante os céus?!...
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
Do teu manto este borrão?
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão! ...
 
VI
      
Existe um povo que a bandeira empresta
P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!...
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?
Silêncio.  Musa... chora, e chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto! ... 
Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança...
Tu que, da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!... 
Fatalidade atroz que a mente esmaga!
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu nas vagas,
Como um íris no pélago profundo!
Mas é infâmia demais! ... Da etérea plaga
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo!
Andrada! arranca esse pendão dos ares!
Colombo! fecha a porta dos teus mares!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Embricado

Insólito Intrínsico Infinito
Inquieto Incisivo Indefinido
Para que servem as perguntas
Quando elas não tem respostas
Por que vago em minha consciência
Quando nada faz sentido
Os desvaneios de felicidade
Se ofuscam imcompletos no mundo
E se ainda eu sou subjulgado
Quero ao menos na loucura um segundo
Quando protejo o meu coração
Não é completa a felicidade
Mas quando tomado pela emoção
Sou um poço de fragilidade
Queria um dia me desapegar
Da matéria, material e irreal
Com laços sem cordão umbilical
Correr o mundo e mudar o social
Pouco me é o bastante se vivo cada dia
Mas "preciso acumular e ser normal"
Quando acho tudo loucura e banal
Descubro que também não sou daqui
Cheguei até aqui com muitos sonhos
Mas temo não realizá-los
Sou um muleque agora maduro
Mas ajo como um menino assustado
Ainda sofro no mundo com a injustiça
Mas temo estar sendo dominado
Aos poucos jogamos este jogo
Deixamos a verdade sucumbir à mentira
A inveja, a ganância e a guerra
Crianças indefesas em meio à selva
Nos agrupamos para nos afastar
Invejamos uns aos outros
E morremos secos de amor!!!!

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Crítica da Filosofia do Direito de Hegel - por Karl Marx, artigo de 1843 publicado em 1844 no jornal Deutsch-Französischen Jahrbücher

"É este o fundamento da crítica irreligiosa: o homem faz a religião, a religião não faz o homem. E a religião é de fato a autoconsciência e o sentimento de si do homem, que ou não se encontrou ainda ou voltou a se perder. Mas o Homem não é um ser abstrato, acocorado fora do mundo. O homem é o mundo do homem, o Estado, a sociedade. Este Estado e esta sociedade produzem a religião, uma consciência invertida do mundo, porque eles são um mundo invertido. A religião é a teoria geral deste mundo, o seu resumo enciclopédico, a sua lógica em forma popular, o seu point d'honneur espiritualista, o seu entusiasmo, a sua sanção moral, o seu complemento solene, a sua base geral de consolação e de justificação. É a realização fantástica da essência humana, porque a essência humana não possui verdadeira realidade. Por conseguinte, a luta contra a religião é, indiretamente, a luta contra aquele mundo cujo aroma espiritual é a religião.


A miséria religiosa constitui ao mesmo tempo a expressão da miséria real e o protesto contra a miséria real. A religião é o suspiro da criatura oprimida, o ânimo de um mundo sem coração e a alma de situações sem alma. A religião é o ópio do povo.

A abolição da religião enquanto felicidade ilusória dos homens é a exigência da sua felicidade real. O apelo para que abandonem as ilusões a respeito da sua condição é o apelo para abandonarem uma condição que precisa de ilusões. A crítica da religião é, pois, o germe da crítica do vale de lágrimas, do qual a religião é a auréola.

A crítica arrancou as flores imaginárias dos grilhões, não para que o homem os suporte sem fantasias ou consolo, mas para que lance fora os grilhões e a flor viva brote. A crítica da religião liberta o homem da ilusão, de modo que pense, atue e configure a sua realidade como homem que perdeu as ilusões e reconquistou a razão, a fim de que ele gire em torno de si mesmo e, assim, em volta do seu verdadeiro sol. A religião é apenas o sol ilusório que gira em volta do homem enquanto ele não circula em tomo de si mesmo.

Conseqüentemente, a tarefa da história, depois que o outro mundo da verdade se desvaneceu, é estabelecer a verdade deste mundo. A tarefa imediatada da filosofia, que está a serviço da história, é desmascarar a auto-alienação humana nas suas formas não sagradas, agora que ela foi desmascarada na sua forma sagrada. A crítica do céu transforma-se deste modo em crítica da terra, a crítica da religião em crítica do direito, e a crítica da teologia em crítica da política."

domingo, 1 de agosto de 2010

O homem a terra e o fogo...

Certa vez, um homem desprovido de esperanças, sentou-se a beira de um pequeno riacho, juntou alguns gravetos e acendeu uma pequena fogueira. 
Desanimado com sua situação, acreditava ele, estar sempre nadando contra a correnteza. Por mais que tentasse e lutasse, parecia sempre que o mundo conspirava contra. E de fato neste exato momento, começou a chover.
Olhando para o céu, João (vamos usar este nome como sendo o seu), encheu seus olhos de lágrimas e perguntou: - Porque eu, porque comigo, não aguento mais!!!!!!!
Vamos analisar nós a seguinte situação, João havia perdido a família, os amigos, o trabalho, sua terra e lógico a esperença. O que mais poderia acontecer àquele pobre homem?
João socou o chão já encharcado pela chuva que intermitentemente insistia em cair e com a mesma intensidade que desceu, sua mão subiu cheia da terra molhada com cheiro de chuva que havia apagado sua fogueira, e gritou, gritou o mais alto que seus pulmões tiveram força de expulsar o ar para fora, daria até pra se dizer que houviu-se seu berro à kilometros de distância dali.
Aí nos perguntamos, a que ponto a agonia humana é necessária, dar-se iam motivos para nós homens sofrermos. Porque para uns e para outros, qual seria a distinção entre o céu e a terra para homens de bem e boa vontade, não sei. O sofrimento não é digno de nossa alma.
Acreditem João naquele momento de desespero reacendeu sua fogueira no grito e entendeu que mesmo sob a forte chuva a fogueira reacendeu fora com a sua força.
A fogueira seria a sua esperança reacendendo, a terra onde ele construiria sua vida novamente e ergueria sobre os escombros da maldade a sua dignidade.
Então saibamos que sempre existirá a esperança, sempre poderemos olhar para dentro de nós mesmos e descobrir que temos muito a nos conhecer e que, a cada descoberta abrir-se-a uma nova porta, janela ou fresto.