segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Embricado

Insólito Intrínsico Infinito
Inquieto Incisivo Indefinido
Para que servem as perguntas
Quando elas não tem respostas
Por que vago em minha consciência
Quando nada faz sentido
Os desvaneios de felicidade
Se ofuscam imcompletos no mundo
E se ainda eu sou subjulgado
Quero ao menos na loucura um segundo
Quando protejo o meu coração
Não é completa a felicidade
Mas quando tomado pela emoção
Sou um poço de fragilidade
Queria um dia me desapegar
Da matéria, material e irreal
Com laços sem cordão umbilical
Correr o mundo e mudar o social
Pouco me é o bastante se vivo cada dia
Mas "preciso acumular e ser normal"
Quando acho tudo loucura e banal
Descubro que também não sou daqui
Cheguei até aqui com muitos sonhos
Mas temo não realizá-los
Sou um muleque agora maduro
Mas ajo como um menino assustado
Ainda sofro no mundo com a injustiça
Mas temo estar sendo dominado
Aos poucos jogamos este jogo
Deixamos a verdade sucumbir à mentira
A inveja, a ganância e a guerra
Crianças indefesas em meio à selva
Nos agrupamos para nos afastar
Invejamos uns aos outros
E morremos secos de amor!!!!

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Crítica da Filosofia do Direito de Hegel - por Karl Marx, artigo de 1843 publicado em 1844 no jornal Deutsch-Französischen Jahrbücher

"É este o fundamento da crítica irreligiosa: o homem faz a religião, a religião não faz o homem. E a religião é de fato a autoconsciência e o sentimento de si do homem, que ou não se encontrou ainda ou voltou a se perder. Mas o Homem não é um ser abstrato, acocorado fora do mundo. O homem é o mundo do homem, o Estado, a sociedade. Este Estado e esta sociedade produzem a religião, uma consciência invertida do mundo, porque eles são um mundo invertido. A religião é a teoria geral deste mundo, o seu resumo enciclopédico, a sua lógica em forma popular, o seu point d'honneur espiritualista, o seu entusiasmo, a sua sanção moral, o seu complemento solene, a sua base geral de consolação e de justificação. É a realização fantástica da essência humana, porque a essência humana não possui verdadeira realidade. Por conseguinte, a luta contra a religião é, indiretamente, a luta contra aquele mundo cujo aroma espiritual é a religião.


A miséria religiosa constitui ao mesmo tempo a expressão da miséria real e o protesto contra a miséria real. A religião é o suspiro da criatura oprimida, o ânimo de um mundo sem coração e a alma de situações sem alma. A religião é o ópio do povo.

A abolição da religião enquanto felicidade ilusória dos homens é a exigência da sua felicidade real. O apelo para que abandonem as ilusões a respeito da sua condição é o apelo para abandonarem uma condição que precisa de ilusões. A crítica da religião é, pois, o germe da crítica do vale de lágrimas, do qual a religião é a auréola.

A crítica arrancou as flores imaginárias dos grilhões, não para que o homem os suporte sem fantasias ou consolo, mas para que lance fora os grilhões e a flor viva brote. A crítica da religião liberta o homem da ilusão, de modo que pense, atue e configure a sua realidade como homem que perdeu as ilusões e reconquistou a razão, a fim de que ele gire em torno de si mesmo e, assim, em volta do seu verdadeiro sol. A religião é apenas o sol ilusório que gira em volta do homem enquanto ele não circula em tomo de si mesmo.

Conseqüentemente, a tarefa da história, depois que o outro mundo da verdade se desvaneceu, é estabelecer a verdade deste mundo. A tarefa imediatada da filosofia, que está a serviço da história, é desmascarar a auto-alienação humana nas suas formas não sagradas, agora que ela foi desmascarada na sua forma sagrada. A crítica do céu transforma-se deste modo em crítica da terra, a crítica da religião em crítica do direito, e a crítica da teologia em crítica da política."

domingo, 1 de agosto de 2010

O homem a terra e o fogo...

Certa vez, um homem desprovido de esperanças, sentou-se a beira de um pequeno riacho, juntou alguns gravetos e acendeu uma pequena fogueira. 
Desanimado com sua situação, acreditava ele, estar sempre nadando contra a correnteza. Por mais que tentasse e lutasse, parecia sempre que o mundo conspirava contra. E de fato neste exato momento, começou a chover.
Olhando para o céu, João (vamos usar este nome como sendo o seu), encheu seus olhos de lágrimas e perguntou: - Porque eu, porque comigo, não aguento mais!!!!!!!
Vamos analisar nós a seguinte situação, João havia perdido a família, os amigos, o trabalho, sua terra e lógico a esperença. O que mais poderia acontecer àquele pobre homem?
João socou o chão já encharcado pela chuva que intermitentemente insistia em cair e com a mesma intensidade que desceu, sua mão subiu cheia da terra molhada com cheiro de chuva que havia apagado sua fogueira, e gritou, gritou o mais alto que seus pulmões tiveram força de expulsar o ar para fora, daria até pra se dizer que houviu-se seu berro à kilometros de distância dali.
Aí nos perguntamos, a que ponto a agonia humana é necessária, dar-se iam motivos para nós homens sofrermos. Porque para uns e para outros, qual seria a distinção entre o céu e a terra para homens de bem e boa vontade, não sei. O sofrimento não é digno de nossa alma.
Acreditem João naquele momento de desespero reacendeu sua fogueira no grito e entendeu que mesmo sob a forte chuva a fogueira reacendeu fora com a sua força.
A fogueira seria a sua esperança reacendendo, a terra onde ele construiria sua vida novamente e ergueria sobre os escombros da maldade a sua dignidade.
Então saibamos que sempre existirá a esperança, sempre poderemos olhar para dentro de nós mesmos e descobrir que temos muito a nos conhecer e que, a cada descoberta abrir-se-a uma nova porta, janela ou fresto.

chamado para a vida..!!!

Quanto sangue precisou ser derramado, a carne cortada pela lâmina das espadas, para ganhar uma terra que não me pertencia...
Um castelo de sonhos erguido sobre a fétida escória da humanidade insólita e desvairada... numa ânsia de desejos......
Tão conscientes, eloqüentes e inconseqüentes como o sangue espesso germinado em um coração juvenil...
Mas quando se dá conta de que as suas armas não são mais as armas que sonhou usar... empunhou o gatilho e o tiro disparado não volta mais...
Como uma culatra, o relógio entoa um peculiar cheiro de azul fruta cor como um oceano de tão verde tornando-se azulado...
Se o som do chocolate se confunde com a cor das notas musicais, minha mente sente tudo aquilo que meu coração pensa agora...
Usando de minhas mãos para continuar meu caminho, meus pés escrevem hoje a minha história... minha trajetória e meu destino....
Mesmo com os pés descalços calço o número que não aperta meu sapato, adiante apenas o horizonte... só o céu é limite.....
Lágrimas não pendem mais diante meus olhos, nem perfumes enlouquecem meus ouvidos, os meus sentidos já não se importam mais comigo...
Apenas os 3 acordes compõe o riff da minha vida... a música da alma testa e contesta meu paladar e me obriga a ver com o coração, para que eu possa parar de errar.....
Sou eu em gesto, em cheiro, em cor, em suma poesia adocicada pela pimenta mais cheirosa do meu jardim... o Éden....é aqui....é agora......sempre serei completo inacabado, mas eu mesmo em intrínseca originalidade de versões disto tudo que chamamos: VIVER!!!!